Recentemente, o Blog do
Departamento de Ciências Biológicas inaugurou sua seção “Vida de Estagiário”, a
qual visa compartilhar relatos de alunos sobre suas primeiras experiências
profissionais (reveja o post inicial aqui).
Continuando com os relatos,
compartilharemos as experiências profissionais da Érika Yumi Hashizumi Matsuda,
ex-aluna do curso de Engenharia Biotecnológica que realizou, nos últimos
anos, estágio na empresa farmacêutica GSK.
Blog: Como você conseguiu seu estágio?
Érika: A procura por um estágio foi um momento de muitas dúvidas (e
quando não, não é mesmo?), entre elas, sobre quais vagas eu poderia me
candidatar, em quais empresas e, principalmente, por onde poderia fazer esta
candidatura e se os sites disponíveis eram confiáveis e eficazes.
Através de uma pesquisa no vagas.com, a identificação com a descrição de uma
vaga para estágio me chamou a atenção. Nos requisitos, a formação em andamento
em cursos como Farmácia e Engenharia Química era citada, no entanto, mesmo
assim insisti em me candidatar por acreditar que a base de conhecimento
adquirida ao longo da vida acadêmica era compatível com a função proposta.
Depois de um tempo, recebi um retorno para
fazer testes online de inglês e lógica. Com os resultados
dos testes, fui convidada para uma entrevista na agência de recrutamento
contratada pela empresa, com posterior entrevista por telefone em inglês,
apresentação individual, dinâmica em grupo e, por fim, uma entrevista com as
gestoras. Em todas as etapas, concorrer majoritariamente com profissões mais
reconhecidas como Farmacêuticos e Engenheiros Químicos foi um desafio bem
grande, mas, felizmente, não impossível.
Apesar da captação do meu currículo ter sido feita pelo vagas.com,
vale ressaltar, além de outros sites já citados em postagens anteriores, que a
plataforma de vagas disponibilizada pelo LinkedIn também é uma excelente fonte
de pesquisa, recrutamento e de visualização sobre veteranos ou contatos que
possam te ajudar durante o processo seletivo em uma determinada empresa.
B: Onde você trabalhou e em que área?
É: Meu estágio foi realizado na área de pesquisa e desenvolvimento de
novos produtos relacionados à proteção solar, predominantemente, no escritório
localizado na cidade de São Paulo e com atividades ocasionais na unidade
fabril, em Guarulhos, da empresa GlaxoSmithKline (GSK), uma farmacêutica multinacional
britânica.
B: Com quais produtos você trabalhou? Descreva.
É: Apesar de ser reconhecida por atuar nas áreas de fármacos com
prescrições médicas e vacinas, a GSK também possui uma unidade de negócio em
Produtos de Consumo (Consumer Healthcare), a qual possui posição
consolidada como especialista em saúde bucal, cuidados com a pele e
nutrição/gastro intestinal. Dentre
as principais marcas de consumo da empresa estão: Eno, Sonridor, Sonrisal,
Sensodyne, Corega, Respire Melhor, Fisiogel e SUNMAX.
O departamento no qual
estagiei era responsável pelo
desenvolvimento dos protetores solares das marcas SUNMAX e SpectraBAN,
comercializados, principalmente, no mercado interno e latino. O nosso trabalho
estava focado em formular e desenvolver dermocosméticos com alto rigor de
qualidade para prevenir os danos causados pela radiação solar.
B: Na sua opinião, qual é a importância
de um engenheiro biotecnológico nessa área?
É: A correlação de um Engenheiro
Biotecnológico com a área de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D), muitas
vezes, se torna a única e mais óbvia forma de delimitar (erroneamente) o nosso
campo de atuação. E mesmo quando esta área é a escolhida, como no meu caso, a
contribuição vai muito além de atividades operacionais em bancada de laboratório.
Neste quesito, acredito que a combinação do núcleo biológico com o de
engenharia nos proporciona o diferencial e a vantagem de ter um olhar prático e
logístico, sem perder o instinto questionador e inovador, para planejar e
propor soluções, independentemente do segmento de pesquisa escolhido.
Com certeza, ainda temos
muitas barreiras a vencer para consolidar a profissão no mercado de trabalho
brasileiro (mesmo dentro de P&D), porém a diversificação que a escolha pela
“Biotec” nos trouxe tem sido e pode ser uma grande aliada.
B: Por quanto tempo você realizou seu estágio e
como você o avalia?
É: No total, realizei o estágio por 1 ano e 5 meses. Durante este
tempo, todas as experiências geraram grandes aprendizados, superações e
amadurecimento. Estar num ambiente corporativo e fazer parte de um grupo com
metas reais e prazos rigorosos, tendo em jogo, de certa forma, tanto o sucesso
da companhia como o seu próprio sucesso, trouxeram uma perspectiva diferente em
relação à sala de aula. Foi, definitivamente, um momento de autoconhecimento,
fortalecimento da capacidade de trabalho em grupo, comunicação, liderança e de
expansão de horizontes sobre todas as oportunidades que podemos seguir. O
ambiente e as pessoas com as quais criei laços de amizade foram fatores
extremamente positivos pra que esta experiência seja guardada e lembrada com
muito carinho.
B: Você gostaria de fazer mais alguma
consideração?
É: Algumas observações e lembretes sobre o processo:
● Em geral, as empresas requerem
candidatos que tenham disponibilidade de estagiar de 1 a 2 anos. Para que isso
fosse possível, a opção que encontrei foi suspender a matrícula do 10º semestre
e, assim, poder me manter vinculada à universidade por mais um ano.
● Atualmente, após ser selecionado (a)
para a vaga, é necessário que a empresa firme um convênio com a UNESP, caso já
não o tenha. Será preciso eleger um professor que fique responsável por este
convênio e, após esta etapa, também haverá a necessidade de assinar um Termo de
Compromisso de Estágio. Geralmente, as empresas contratantes já possuem
conhecimento sobre o processo, mas é importante conferir minuciosamente todos
os dados para evitar eventuais contratempos.
Dividindo um pouco sobre essa
breve experiência, espero ter ajudado a quem está passando ou irá passar por
este processo e muito obrigada ao Blog pelo convite!!!
Responsável pelo Texto:
Érika Yumi Hashizumi Matsuda
(Engenheira Biotecnológica)