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quarta-feira, 12 de abril de 2017

Vida de estagiário: Engenheira Biotecnológica relembra seu estágio na Philips-Dixtal


Antes do recesso, o Blog do Departamento de Ciências Biológicas inaugurou sua seção “Vida de Estagiário”, a qual visa compartilhar relatos de alunos sobre suas primeiras experiências profissionais. Em nossa postagem inicial, introduzimos informações sobre as etapas normalmente necessárias para se conseguir um estágio (relembre aqui).
Dando início aos relatos propriamente ditos, compartilharemos as experiências profissionais da Priscila Marques da Paz, ex-aluna do curso de Engenharia Biotecnológica que realizou estágio na empresa Philips-Dixtal nos últimos anos.

Blog: Como você conseguiu seu estágio?
Priscila em frente à Philips de
Barueri, em 2015 (Arquivo pessoal).
Priscila: Foi preparando uma postagem para esse blog que a Jaqueline Orlando, também integrante da equipe, me informou sobre a vaga. Na época, ela havia ficado em dúvida se a vaga era destinada a engenheiros e me pediu para verificar. Não só verifiquei, como acabei enviando meu próprio currículo. A vaga estava anunciada no site da Across, a qual divulga oportunidades de emprego de forma semelhante à Cia de talentos e ao Vagas.com. Após fazer testes de inglês e de lógica exigidos no cadastro, fui chamada para a dinâmica. Depois disso, fui entrevistada pelo meu gestor e, finalmente, aceita para o estágio.

B: Onde você trabalhou e em que área?
P: Trabalhei na Philips-Dixtal, unidade localizada em São Paulo até ano passado, na área de Pesquisa e Desenvolvimento de produtos hospitalares. Apesar de ter pesquisado sobre a empresa antes e visto que ela desenvolvia produtos hospitalares, foi na entrevista que soube que eu faria estágio nessa área e essa era minha primeira opção.

B: Com quais produtos você trabalhou? Descreva.
P: Iniciei o estágio trabalhando com equipamentos de anestesia e ventilação, e depois me envolvi mais com monitores hemodinâmicos, que acompanham módulos e rack em algumas versões.
O aparelho de anestesia é responsável por prover oxigênio, remover CO2, fornecer e quantificar os gases O2, N2O e Ar comprimido medicinal, fornecendo vapor anestésico e facilitando a ventilação do paciente, de diversos modos. De forma semelhante, o ventilador mecânico é um aparelho ligado às vias aéreas do paciente, mas destinado apenas a prover ou complementar sua ventilação pulmonar, não havendo ligação com o fornecimento anestésico.
O monitor hemodinâmico, monitor de paciente ou apenas monitor, é um instrumento destinado à observação, acompanhamento e registros das funções vitais de um paciente. Durante meu estágio, a empresa lançou a rack Efficia, equipamento conectado ao monitor que permite a medição de mais parâmetros vitais através de módulos inseridos (confira mais aqui).

B: Na sua opinião, qual é a importância de um engenheiro biotecnológico nessa área?
P: Esses aparelhos transcrevem, de certa forma, a monitorização de variáveis fisiológicas, as quais foram estudadas e compreendidas durante disciplinas do curso de Engenharia Biotecnológica e aplicadas com auxílio de ferramentas da engenharia computacional e mecânica, vertentes também abordadas no curso. Foram inúmeras vezes que lembrei das aulas de anatomia e fisiologia das professoras Telma e Lucinéia, por exemplo, além das aulas de cálculo, operações unitárias e de programação, dadas pelos professores José Celso, Ivanise e Juliana, respectivamente.
Acredito que a nossa importância como engenheiro biotecnológico está justamente em interagir áreas que, para muitos cursos, estão completamente distantes. Percebi que o estágio exigia conhecimentos basicamente de engenharia e de biologia, e ambos foram estudados durante cinco anos de curso. O time de P&D era composto, em maioria, por engenheiros da mecânica, elétrica, hardware e de programadores e, naturalmente, estudar biologia não faz parte do escopo desses cursos, mas fazia parte do desenvolvimento desses produtos. Sabendo disso, a empresa promove o desenvolvimento pessoal e, dentre várias ferramentas, tínhamos palestras de diversos assuntos envolvidos – e nunca vou me esquecer da palestra sobre os parâmetros BIS e NMT, cujo o título era de “Monitorização do Bloqueio Neuromuscular e da Consciência”, ministrada pelo Prof. Dr. Luiz Fernando dos Reis Falcão... acho que só pelo título dessa palestra dá para perceber a semelhança com as aulas que tivemos em fisiologia sobre neurotransmissores.
Ainda, acredito que disciplinas voltadas à área empresarial, como administração de empresas, projetos e planejamento de projetos, e de todas que envolvem os conhecimentos necessários para compor o produto, como segurança, ética profissional, propriedade intelectual e normas técnicas, também me ajudaram a chegar mais preparada. Mas claro, na prática você não só fixa seus conhecimentos como aprende bem mais!

B: Por quanto tempo você realizou seu estágio e como você o avalia?
P: Realizei meu estágio durante 1 ano e 2 meses. Tenho uma avaliação extremamente positiva quanto à empresa e, principalmente, à equipe.
De maneira geral, o estágio me proporcionou conhecimento imensurável tanto de forma profissional quanto pessoal, pois foi agregada não somente a visão do mundo corporativo ao lidar com todos os processos da empresa, como também na capacidade de liderar e de resolver problemas, de forma integrada com o time de trabalho, tendo uma boa dinâmica com todos.
Além disso, achei bem legal a empresa ter certa preocupação com o desenvolvimento pessoal do funcionário: se ele apresenta possíveis lacunas (gaps), naturais em determinadas fases da carreira (principalmente para quem estava começando, como eu), seu líder (no meu caso, também minha mentora) sugere que ele faça treinamentos ou cursos relacionados para melhorar esses gaps, mesmo que não estivessem completamente relacionados ao desenvolvimento do produto em si. Por exemplo, senti que, em determinado momento do estágio, um de meus gaps era minha capacidade de negociação, e coloquei esse ponto no meu plano de desenvolvimento, com auxílio de meu gestor e mentora durante nossa reunião de feedback. Assim, eu poderia realizar treinamentos de negociação, bem como praticá-la em certos momentos, e isso era independente do que eu estivesse fazendo no produto no momento, mas sem prejudicar o cronograma, claro.

B: Você gostaria de fazer mais alguma consideração?
P: Sim. Gostaria de agradecer, publicamente, todas às pessoas envolvidas ao meu estágio, especialmente à minha tutora Profa. Dra. Juliana de Oliveira, à minha mentora e analista Déborah Auricchio Anieri de Souza, ao meu gestor e gerente de projetos José Marcelo Auler, à cada membro do time de P&D, que tive a honra de conhecer e trabalhar junto, e aos meus pais, que sempre me apoiaram.

Para quem tiver interesse em saber mais, não hesite em me contatar.


Responsável pelo Texto:
Priscila Marques da Paz
(Engenheira Biotecnológica)