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quarta-feira, 26 de abril de 2017

Vida de estagiário: Aluna de Engenharia Biotecnológica nos conta sobre seu estágio na Danone


Dando continuidade aos relatos da nossa seção "Vida de Estagiário" (saiba mais), compartilharemos as experiências profissionais da Amanda de Andrade Sousa, aluna do curso de Engenharia Biotecnológica que realizou, nos últimos meses, estágio na Danone e que foi efetivada recentemente.

Blog: Como você conseguiu seu estágio?
Amanda na empresa Danone, 2017.
(Foto: Arquivo pessoal)
Amanda: Cadastrei meu currículo em diversas plataformas de oportunidades e passei a acompanhar os programas e vagas que abriam. Normalmente, os sites de recrutamentos possuem uma opção de receber via e-mail vagas com seu perfil e isso é bem interessante para não perder nenhuma oportunidade, uma vez que existem diversas plataformas e acompanhar todas elas tão frequentemente é inviável.
O processo seletivo do programa de estágio da Danone foi aberto e realizei todas as etapas: cadastro de currículo, provas online de inglês e lógica, gravação de vídeo pessoal, dinâmica de grupo e, finalmente, a entrevista com o gestor da área, que tem a palavra final para a contratação ou não. Os programas de estágio são muito concorridos, possuem muitas etapas (conselho: tenha paciência e seja persistente) e todas elas são eliminatórias. Por isto, é importante se dedicar e se preparar para todas as fases. Existem muitos conteúdos disponíveis na internet e conhecer a empresa e sua cultura é essencial!

B: Onde você trabalhou e em que área?
A: Fiz meu estágio na Danone Brasil na área de Supply Chain e, dentro das subdivisões desta, na área de Customer Service.

B: Com quais produtos e/ou serviços você trabalhou? Descreva.
A: Dentro de Customer Service ainda temos diversas ramificações de funções e meu escopo era ser responsável pelo abastecimento de clientes considerados Key Accounts (clientes importantes quando pensamos em nível global).
Durante meus nove meses de estágio, fui responsável pelas contas Carrefour, Cencosud, Makro e McDonalds. Basicamente, era minha responsabilidade garantir que os pedidos destes clientes chegassem até nós e que fossem entregues da melhor forma possível, garantindo a qualidade dos produtos e agilidade na entrega. Ainda dentro de abastecimento, precisamos avaliar se os pedidos estão de acordo com a necessidade real de cada loja, sem super estocar o varejo ou deixar faltar produto em gôndola.
Sintetizando, meu trabalho era garantir que nosso cliente final (consumidor) sempre tivesse todo o portfólio da Danone disponível para compra e que, ao mesmo tempo, mantivéssemos um estoque saudável em lojas, sem excessos ou perdas.

B: Na sua opinião, qual é a importância de um engenheiro biotecnológico nessa área?
A: Primeiramente, deve ficar claro que o engenheiro biotecnológico, dentro da área de Supply Chain de qualquer empresa, não irá trabalhar diretamente com biotecnologia, mas isso não significa que não iremos usar conhecimentos adquiridos na graduação. Acredito que o mais valioso que ele traga para a área é a interdisciplinaridade desenvolvida, ou seja, o engenheiro biotecnológico não enxerga as coisas ‘como caixinhas’, mas sim, consegue ver a relação, conexão e importância entre áreas e sabe utilizar isso a seu favor, para melhorar e otimizar um processo. Além disso, a capacidade analítica (trabalhamos com diversos indicadores. Calculá-los e saber interpretá-los é fundamental) e habilidade de resolução de problemas de forma rápida e eficiente também são competências que desenvolvemos durante o curso e que são essenciais dentro da área.

B: Por quanto tempo você realizou seu estágio e como você o avalia?
A: Realizei o estágio por nove meses e, do ponto de vista profissional, foi a experiência mais relevante e importante que tive na minha curta carreira até agora. Por mais que tenhamos muita informação disponível sobre negócios, produção e operação de empresas, nada supera vivenciar isso no dia-a-dia. É no chamado ‘on the job’ que aprendemos como as coisas são realmente realizadas e resolvidas e como as áreas interagem e são dependentes entre si. Pelo escopo da minha função, tive muita interface com outras áreas dentro da empresa, como planejamento de produção/demanda, time de vendas, logística, trade marketing, etc. Isso foi válido, pois me trouxe o conhecimento, mesmo que não profundo, de outros setores e suas funções, me dando a possibilidade de encontrar outras áreas de afinidade dentro da Danone.

***B: Soubemos recentemente que você foi efetivada na empresa. Como você se sente e quais são as diferenças da efetivação em relação ao estágio?
A: O programa de estágio teria duração de 1 ano, porém, no meu nono mês, uma oportunidade surgiu dentro da área e minha gestora decidiu pela minha efetivação antecipada. Eu fiquei realmente muito feliz, pois este é o resultado e reconhecimento do bom trabalho que desenvolvi nestes meses. Apesar de efetivada, meu escopo/funções continuará sendo os mesmos, pois na Danone o estagiário já entra exercendo uma função de uma analista. O que muda agora são os benefícios e estabilidade adquiridos, que são maiores, bem como o direito a maior cobrança de resultados. Ainda, ocorre a oficialização como funcionária Danone, uma vez que o estagiário possui um contrato com tempo pré-determinado para acabar e o analista não. Assim, a empresa consegue traçar um plano de carreira para o mesmo muito mais robusto.

B: Você gostaria de fazer mais alguma consideração?
A: Baseada somente nas minhas experiências, gostaria de deixar algumas dicas para aqueles que estão buscando estágios, para que esse período não seja tão difícil e sofrido, haha. Como estamos falando de busca por vagas de estágio, nenhum candidato possui muita experiência profissional. Por isto, no currículo, é muito importante destacar todas as suas experiências pessoais e atividades desenvolvidas durante a graduação. Valorize e coloque no seu currículo qualquer experiência que você tenha tido e que tenha aprendido algo de importante com ela: intercâmbio, empresa júnior, iniciação cientifica, CA, voluntariado, prêmios – tudo conta! Mas esteja preparado para relatar o que de fato você aprendeu com ela e em que ponto ela te desenvolveu – com certeza isto será questionado em alguma etapa do processo.
Pode parecer papo de RH, mas estar alinhado com a cultura e valores da empresa é essencial. Enquanto procuramos uma vaga, qualquer oportunidade parece boa, mas pense que depois de aprovado, você irá passar no mínimo um ano trabalhando neste lugar e, por isto, se identificar é essencial para que você não seja torturado por um ano, mas sim realizado.
Não desanime com um ‘não’ recebido. Os processos são concorridos e cada vez mais seletivos. Isso não significa que você não seja capaz ou inferior a ninguém, mas apenas que você não é a pessoa certa para a vaga.
O estágio é a porta de entrada para os ‘quase-formados’ e sem experiência no mercado de trabalho. Caso você já tenha sido aprovado, mostre seu valor e o porquê de ter sido escolhido dentre tanta gente boa. Se a empresa em que você estiver for consciente e madura, ela reconhecerá o seu trabalho e traçará um plano de carreira para seu futuro.

Boa sorte! J