Dando continuidade aos relatos da nossa seção "Vida de Estagiário" (saiba mais), compartilharemos as experiências profissionais da Amanda de Andrade Sousa, aluna do curso de Engenharia Biotecnológica que realizou, nos últimos meses, estágio na Danone e que foi efetivada recentemente.
Blog: Como você
conseguiu seu estágio?
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Amanda na empresa Danone, 2017. (Foto: Arquivo pessoal) |
Amanda: Cadastrei meu currículo
em diversas plataformas de oportunidades e passei a acompanhar os programas e
vagas que abriam. Normalmente, os sites de recrutamentos possuem uma opção de
receber via e-mail vagas com seu perfil e isso é bem interessante para não
perder nenhuma oportunidade, uma vez que existem diversas plataformas e
acompanhar todas elas tão frequentemente é inviável.
O processo seletivo do programa de estágio da Danone
foi aberto e realizei todas as etapas: cadastro de currículo, provas online de
inglês e lógica, gravação de vídeo pessoal, dinâmica de grupo e, finalmente, a
entrevista com o gestor da área, que tem a palavra final para a contratação ou
não. Os programas de estágio são muito concorridos, possuem muitas etapas
(conselho: tenha paciência e seja persistente) e todas elas são eliminatórias.
Por isto, é importante se dedicar e se preparar para todas as fases. Existem
muitos conteúdos disponíveis na internet e conhecer a empresa e sua cultura é
essencial!
B: Onde você
trabalhou e em que área?
A: Fiz meu estágio na Danone Brasil na área de
Supply Chain e, dentro das subdivisões desta, na área de Customer Service.
B: Com quais
produtos e/ou serviços você trabalhou? Descreva.
A: Dentro de
Customer Service ainda temos diversas ramificações de funções e meu escopo era
ser responsável pelo abastecimento de clientes considerados Key Accounts
(clientes importantes quando pensamos em nível global).
Durante meus nove meses de estágio, fui responsável pelas contas
Carrefour, Cencosud, Makro e McDonalds. Basicamente, era minha responsabilidade
garantir que os pedidos destes clientes chegassem até nós e que fossem
entregues da melhor forma possível, garantindo a qualidade dos produtos e
agilidade na entrega. Ainda dentro de abastecimento, precisamos avaliar se os
pedidos estão de acordo com a necessidade real de cada loja, sem super estocar
o varejo ou deixar faltar produto em gôndola.
Sintetizando, meu trabalho era garantir que nosso cliente final
(consumidor) sempre tivesse todo o portfólio da Danone disponível para compra e
que, ao mesmo tempo, mantivéssemos um estoque saudável em lojas, sem excessos
ou perdas.
B: Na sua
opinião, qual é a importância de um engenheiro biotecnológico nessa área?
A: Primeiramente, deve ficar claro que o engenheiro biotecnológico, dentro
da área de Supply Chain de qualquer empresa, não irá trabalhar diretamente com
biotecnologia, mas isso não significa que não iremos usar conhecimentos
adquiridos na graduação. Acredito que o mais valioso que ele traga para a área é
a interdisciplinaridade desenvolvida, ou seja, o engenheiro biotecnológico não
enxerga as coisas ‘como caixinhas’, mas sim, consegue ver a relação, conexão e
importância entre áreas e sabe utilizar isso a seu favor, para melhorar e
otimizar um processo. Além disso, a capacidade analítica (trabalhamos com
diversos indicadores. Calculá-los e saber interpretá-los é fundamental) e
habilidade de resolução de problemas de forma rápida e eficiente também são competências
que desenvolvemos durante o curso e que são essenciais dentro da área.
B: Por quanto
tempo você realizou seu estágio e como você o avalia?
A: Realizei o estágio por nove meses e, do ponto de vista profissional, foi
a experiência mais relevante e importante que tive na minha curta carreira até
agora. Por mais que tenhamos muita informação disponível sobre negócios,
produção e operação de empresas, nada supera vivenciar isso no dia-a-dia. É no
chamado ‘on the job’ que aprendemos como as coisas são realmente realizadas e
resolvidas e como as áreas interagem e são dependentes entre si. Pelo escopo da
minha função, tive muita interface com outras áreas dentro da empresa, como
planejamento de produção/demanda, time de vendas, logística, trade marketing,
etc. Isso foi válido, pois me trouxe o conhecimento, mesmo que não profundo, de
outros setores e suas funções, me dando a possibilidade de encontrar outras
áreas de afinidade dentro da Danone.
***B: Soubemos recentemente que você
foi efetivada na empresa. Como você se sente e quais são as diferenças da
efetivação em relação ao estágio?
A: O programa de estágio teria duração de 1 ano, porém, no meu nono mês, uma
oportunidade surgiu dentro da área e minha gestora decidiu pela minha
efetivação antecipada. Eu fiquei realmente muito feliz, pois este é o resultado
e reconhecimento do bom trabalho que desenvolvi nestes meses. Apesar de
efetivada, meu escopo/funções continuará sendo os mesmos, pois na Danone o
estagiário já entra exercendo uma função de uma analista. O que muda agora são
os benefícios e estabilidade adquiridos, que são maiores, bem como o direito a
maior cobrança de resultados. Ainda, ocorre a oficialização como funcionária
Danone, uma vez que o estagiário possui um contrato com tempo pré-determinado
para acabar e o analista não. Assim, a empresa consegue traçar um plano de
carreira para o mesmo muito mais robusto.
B: Você
gostaria de fazer mais alguma consideração?
A: Baseada somente nas minhas experiências, gostaria de deixar algumas dicas
para aqueles que estão buscando estágios, para que esse período não seja tão
difícil e sofrido, haha. Como estamos falando de busca por vagas de estágio,
nenhum candidato possui muita experiência profissional. Por isto, no currículo,
é muito importante destacar todas as suas experiências pessoais e atividades
desenvolvidas durante a graduação. Valorize e coloque no seu currículo qualquer
experiência que você tenha tido e que tenha aprendido algo de importante com
ela: intercâmbio, empresa júnior, iniciação cientifica, CA, voluntariado,
prêmios – tudo conta! Mas esteja preparado para relatar o que de fato você
aprendeu com ela e em que ponto ela te desenvolveu – com certeza isto será
questionado em alguma etapa do processo.
Pode parecer papo de RH, mas
estar alinhado com a cultura e valores da empresa é essencial. Enquanto
procuramos uma vaga, qualquer oportunidade parece boa, mas pense que depois de
aprovado, você irá passar no mínimo um ano trabalhando neste lugar e, por isto,
se identificar é essencial para que você não seja torturado por um ano, mas sim
realizado.
Não desanime com um ‘não’
recebido. Os processos são concorridos e cada vez mais seletivos. Isso não
significa que você não seja capaz ou inferior a ninguém, mas apenas que você
não é a pessoa certa para a vaga.
O estágio é a porta de entrada
para os ‘quase-formados’ e sem experiência no mercado de trabalho. Caso você já
tenha sido aprovado, mostre seu valor e o porquê de ter sido escolhido dentre
tanta gente boa. Se a empresa em que você estiver for consciente e madura, ela
reconhecerá o seu trabalho e traçará um plano de carreira para seu futuro.
Boa sorte! J