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quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Monitoramento de espécies invasoras: O caso da água-viva Cassiopea




A costa do Brasil é bastante conspícua em relação à quantidade de habitats disponíveis, entretanto poucas regiões apresentam águas calmas e transparentes próximas à sistemas de mangues. Essa é uma característica de outras regiões do mundo, por exemplo o Mar do Caribe, locais que são habitat de uma diferenciada espécie de águas vivas, Cassiopea. Essa é uma água viva que tem o comportamento muito mais ligado ao substrato, vivendo sempre de “cabeça para baixo”. 

Curiosamente, indivíduos dessa água viva (gênero Cassiopea) têm aparecido em alguns pontos da costa do Brasil e causado alguns problemas ambientais. A primeira aparição com registros oficiais foi em 2008 em Cabo Frio, Rio de Janeiro. Essa população foi registrada pelo grupo de pesquisa (USP/UNESP) em 2015 (http://agencia.fapesp.br/bela_invasora_do_mar/23168/), no qual ficou evidente que foi uma invasão antiga e que é originária do Mar Vermelho. 

Recentemente, uma outra enorme população foi registrada em Maceió, Alagoas. Essa população dominou uma região bastante turística do Litoral Norte, próximo da cidade de Paripuera. Essa população de águas vivas não só está interferindo nos serviços de turismo, mas também nas atividades de pesca. Sendo assim, os órgãos ambientais e também a mídia alardearam bastante o estabelecimento dessa população. 

O nosso grupo de pesquisa (Sérgio N. Stampar (LEDA-UNESP/Assis) e André C. Morandini (IB-USP)) se deslocou até essa região para avaliar o caso e tentar comparar com o fenômeno observado em Cabo Frio. A visita foi bastante difundida pelos meios de comunicação (http://g1.globo.com/al/alagoas/altv-2edicao/videos/v/pesquisadores-estudam-a-bioinvasao-de-aguas-vivas-no-litoral-norte-de-alagoas/5367305/) e pelo lado científico resultará em uma interessante discussão dos impactos do possível alastramento dessa espécie pelo litoral do Brasil. Os estudos que estão sendo conduzidos, principalmente no campo da genética, poderão responder várias perguntas em relação à organização dessa população e a relação com outras que podem surgir no Brasil.

Responsável pelo texto: Dr. Sérgio N. Stampar