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quarta-feira, 6 de julho de 2016

Entrevista com a Dra. Renata Udulutsch sobre as alterações na grade curricular de Ciências Biológicas


No ano de 2015, o Curso de Ciências Biológicas da Faculdade de Ciências e Letras de Assis passou por alterações em sua grade curricular. A coordenadora do curso, Dra. Renata Udulutsch, nos concedeu uma entrevista para esclarecer à cerca de tais mudanças.

Blog: O que motivou a reestruturação da grade?

Renata: A reestruturação começou em 2009, quando foi decidido que os cursos de Ciências Biológicas da Unesp deveriam ter uma grade que fosse comum a todos, facilitando a mobilidade estudantil. Esta foi a primeira ideia, entretanto, as discussões começaram e o Conselho Estadual de Educação (CEE) estava para lançar uma resolução alterando a carga horária dos cursos de licenciatura.  
As discussões foram levadas ao Fórum de Articulação dos cursos de Ciências Biológicas da UNESP, que ocorreu em 2011, propondo uma grade comum, já na espera da deliberação do CEE, e quando a mesma foi divulgada não foi tão simples de ser implementada, pois a carga horária dos cursos passaria a ser muito alta. Mesmo assim, a reestruturação da grade teve que levar em conta as deliberações Conselho Estadual de Educação (a 111 de 2012, e a 126 de 2014), pois são obrigatórias. No que essas deliberações implicam? Em um aumento de quase 500 horas de carga horária das disciplinas didático-pedagógicas.
Além das resoluções do CEE, a reestruturação levou em conta as resoluções do Conselho Federal de Biologia (CFBio), as quais propõem um conjunto de disciplinas de formação específica obrigatórias e a possibilidade da escolha por uma ênfase, prevendo uma carga horária mínima na área específica.
Resumindo, procuramos atender ao Fórum de Articulação, para tentar manter os cursos de Ciências Biológicas uniformes, às deliberações do Conselho Estadual de Educação e às resoluções do Conselho Federal de Biologia.

Blog: Quais as vantagens da reestrutução em relação a grade antiga?

Renata: Uma formação mais completa na licenciatura, pois o aluno passa a ter uma carga horária elevada das disciplinas didático-pedagógicas, o que dá a ele as ferramentas para que atue em sala de aula de forma mais completa. Como por exemplo, uma das inovações é a disciplina de libras, que passou a ser obrigatória, além das disciplinas de educação inclusiva e de tecnologia da informação, que não eram oferecidas na grade antiga. 
No bacharelado foram estabelecidas duas ênfases: uma voltada ao meio ambiente (Meio Ambiente e Biodiversidade) e a outra voltada à biotecnologia (Biotecnologia e Produção). Dessa forma, o aluno tem a vantagem de poder optar por uma das duas ênfases quando chegar ao final do terceiro ano. Para essas duas ênfases foram criadas 16 novas disciplinas. As disciplinas de campo foram mantidas e a carga horária prática da maioria das disciplinas foi ampliada, prevendo cerca de 50% de prática. 

Blog: Os alunos pertencentes à grade antiga podem fazer disciplinas da grade nova?

Renata: Podem. Com a tabela de equivalência das disciplinas, os alunos poderão ver quais são as disciplinas da grade nova e a equivalência em relação à grade antiga. Os alunos podem cursar as disciplinas desde que sejam equivalentes em termos de carga horária e conteúdo. 

Blog: Há alguma desvantagem da grade nova em relação à antiga?

Renata: Não existe desvantagem, o único problema foi que a proposta aprovada é um pouco diferente da proposta enviada inicialmente. Todo o trâmite durou 2 anos, de 2014 a 2016, e, ao longo desse tempo, as 4 vagas para docentes que seriam necessárias foram reduzidas para 1. A reitoria liberou apenas uma vaga para disciplinas didático-pedagógicas. Dessa forma, por conta da redução no número de docentes que deveriam ser contratados, além da reestruturação, tivemos que elaborar uma alteração curricular, pois não seria possível ministrar a carga horária que havíamos proposto inicialmente. Então tivemos que diminuir um pouco a carga horária em algumas disciplinas, sem afetar a estrutura do curso. 

Blog: E vocês já chegaram a contratar?

Renata: Não, a reitoria só irá liberar a contratação a partir de 2018. Ganhamos uma vaga e até chegar 2018, a reitoria se comprometeu a contratar professor substituto.