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sexta-feira, 13 de maio de 2016

Grupo de Pesquisa coordenado pelo Dr. Carlos Alberts tem Patente depositada

O Dr. Carlos Alberts, docente do Departamento de Ciências Biológicas, possui como uma das suas frentes de atuação, a pesquisa com felinos de grande porte. No entanto, esses animais são dificilmente avistados, por isso, na maioria das vezes, utiliza-se de vestígios como pegadas, pelos e fezes do animal.

A análise das fezes permite identificar diversas informações, pois as fezes trazem consigo, células epiteliais do sistema digestivo dos felinos, podendo trazer informações em seus núcleos, como o gênero do animal em questão, sua relação de parentesco com outros animais em estudo, além do tamanho da população, alimentação, quantidade de hormônios presente e, consequentemente a época de estro. No entanto, esse material só é viável, até no máximo três dias após a deposição das fezes, caso contrário, o DNA ali presente, é degradado.

Para utilização dos pelos, a análise é feita através do DNA contido no bulbo destes e a coleta do material é feita através de armadilhas, onde utiliza-se materiais que seguram uma quantidade de pelos quando os animais passam, assim como as fezes, esse material pode conter muitas informações, mas também é pouco acessível devido a sua rápida degradação, pois  é difícil prever quando e onde o animal vai passar. Pensando nisso, o professor decidiu tentar usar o DNA contido na medula do pelo, ao invés do bulbo, testando em pelos de gatos e cães, com o auxílio dos docentes Dr. João Tadeu Ribeiro Paes e Dra. Edislane Barreiros de Souza, do Departamento de Ciências Biológicas e de pesquisadores geneticistas da USP (Universidade de São Paulo), além de seus alunos de iniciação científica e de uma aluna de mestrado da Profª Edislane.

O processo de extração do DNA exige quebra da membrana da célula, que é lipoproteica, para isso, utiliza-se a proteinase K no protocolo de extração, que quebra proteína das células das quais se pretende extrair o DNA. A proteinase K é usada por poder ser utilizada em grande variação de temperatura e pH amplas e por não ser fotossensível, no entanto essa enzima tem um alto custo, pois sua produção exige procedimentos delicados em engenharia genética.

Num insight, o prof Alberts sugeriu à utilização de pancreatina em substituição a proteinase K, grupo de enzimas utilizadas na técnica de diafanização, por ter um custo consideravelmente mais baixo, seja em natura ou de forma purificada.
Após a realização de alguns testes, a pancreatina mostrou-se eficiente para o mesmo fim que se utiliza a proteinase K. Como na literatura não existia nenhum procedimento parecido, decidiram pela deposição da patente.

A UNESP, USP e FAPESP, que financiaram o projeto, serão possuidoras da patente. Sendo que os pesquisadores envolvidos na pesquisa, poderão utilizar-se dessa descoberta para outros empreendimentos, incentivando o espírito empreendedor dos pesquisadores.
O próximo passo será entender como as enzimas formadoras da pancreatina agem nesse processo, juntamente com a Dra. Valéria Marta Gomes do Nascimento, responsável pelo laboratório de Bioquímica do Departamento de Ciências Biológicas.

O trabalho que inspirou essa patente, já foi publicado e pode ser acessado aqui.


Já a publicação do trabalho baseado na patente, será feita após obtenção dos resultados posteriores, como amplificação do DNA por meio do PCR e a comparação com a proteinase K, além da pesquisa com as enzimas que compõem a pancreatina.