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quinta-feira, 1 de outubro de 2015

SOBRE SAIR DA ZONA DE CONFORTO E IR DESCOBRIR A BIOLOGIA

Esse é o último texto sobre o meu recesso da faculdade, que passei no Parque Estadual do Desengano (RJ).  A minha motivação para pegar a estrada e conhecer o parque já está no texto em que descrevi o parque, nesse texto pretendo expressar um pouco do que vivi durante esses quinze dias.

Eu nunca havia antes viajado sozinha, por mais de mil quilômetros e por mais de três dias. Isso por si só, já era motivo de muita expectativa, mesmo contando com muita atenção, desde o início, do biólogo e subchefe do parque, João Rafael Marins.

Durante a primeira semana eu tive a oportunidade de conhecer uma equipe muito engajada, o que foi uma grande surpresa, foi notar que mesmo que o concurso de Guarda-parque não exija formação na área de atuação ou na área de ciências biológicas, grande parte da equipe é envolvida em atividades relacionadas, o que inegavelmente reflete no desempenho com que trabalham e se dedicam as atividades.

O tempo estava fechado, com chuva e frio, o que me permitiu rodar com os guarda-parques no entorno do parque, eles estavam marcando pontos e delimitações de rotas, isso proporcionou uma aproximação deles, que foram muito receptivos e simpáticos me permitindo acompanhar a rotina de trabalho.

Santa Maria Madalena/ RJ

 Acordava todos os dias pela manhã, ouvindo dezenas de pássaros diferentes cantando, abria a janela e respirava o ar úmido e fresco, com cheiro de limão, andava pelas estradas trocando ideias, conhecimentos e aprendendo mais sobre a região e sobre o parque. Uma região serrana, de paisagens incríveis, que me permitia uma conexão com a natureza que eu tanto procuro. As Unidades de Conservação são uma estratégia extremamente eficaz para a manutenção dos recursos naturais em longo prazo.

A cidade de Santa Maria Madalena possui cerca de 10 mil habitantes, um ar simpático do interior e um clima muito agradável (considerado o 3º melhor do Brasil). Foi lá que eu ouvi a mim mesma, que eu contemplei a natureza e a beleza de um céu estrelado fantástico, e em muitos momentos, pude refletir sobre as minhas origens e sobre o meu papel como bióloga, como parte de algo muito maior.

Tangará (Chiroxiphia caudata)
Pude participar de um Fórum de Fortalecimento do Turismo no Estado do Rio de Janeiro, em Campos dos Goytacazes onde o chefe do PED, Carlos Dario, apresentou o parque para os empresários do turismo e governantes da região e do estado.

Carlos Dário - Chefe do Parque Estadual do Desengano no Fórum Regional de
Fortalecimento ao Turismo no estado do Rio de Janeiro em Campos dos Goytacazes/RJ
Tive ainda a oportunidade de participar de um curso de Busca, Resgate e Primeiros Socorros, ministrado pela defesa civil do município do Rio de Janeiro, com aulas teóricas, práticas e simulação de busca e resgate, deste curso participaram guarda-parques, condutores de visitantes e policiais da UPAm (Unidade de Policiamento Ambiental).

Turma do Curso de Busca, Resgate e Primeiros Socorros realizado no Parque Estadual do Desengano e ministrado pela Defesa Civil do Rio de Janeiro.
Eu aprendi sobre o funcionamento de uma unidade de conservação, a parte burocrática, que envolve plano de manejo, vistoria e relatórios de processos, licença de áreas de proteção permanente, sobre a Mata Atlântica e sua biodiversidade, mas o principal, foi poder reavivar aquilo que me levou a entrar para a faculdade de biologia, foi me reencontrar com o meu sonho.

Só tenho que agradecer a tudo e todos que me proporcionaram essa experiência.
Toda a equipe de guarda-parques, Mirian, Carlos Dario João Rafael Marins e Letícia Lütke Riski. Espero poder voltar em breve, meu coração PED.


Responsável pelo texto: Jaqueline Orlando
Aluna de Graduação em Ciências Biológicas
Unesp/Assis