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terça-feira, 29 de setembro de 2015

Conheça o Parque Estadual do Desengano /RJ

Com a ocorrência do XI EEBBA em 2014, na Unesp/Assis e presença do biólogo João Rafael Marins do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), descobri o Parque Estadual do Desengano, no estado do Rio de Janeiro. Posteriormente, participei do curso também ministrado por ele, na Biotrip para o Parque Estadual do Morro do Diabo (Teodoro Sampaio/SP), realizada pelo Keisuke Kira, ex- aluno do departamento e responsável pelo blog Outdoor.

Esse contato me instigou a conhecer o Parque Estadual do Desengano e acompanhar de perto o trabalho de um profissional da área de ciências biológicas em uma unidade de conservação. E no mês de setembro, durante o recesso escolar, surgiu a oportunidade.
Decidi escrever para o blog porque percebo que apenas com as disciplinas da graduação, os alunos não tem a chance de vivenciar experiências de um profissional formado e atuando como biólogo, a Empresa Júnior é o projeto que mais transmite essa visão para o graduando e ainda assim, os alunos pouco participam de tais atividades. Além disso, realizando pesquisa para matéria sobre a profissão biólogo, vi que há muitas coisas importantes para a categoria, que são por nós graduandos, pouco exploradas.

O PARQUE ESTADUAL DO DESENGANO



Criado no ano de 1970, pelo Decreto-lei Estadual nº250 de 13 de abril de 1970, a sede do Parque Estadual do Desengano localiza-se no município de Santa Maria Madalena/ RJ. O Parque possui uma área de aproximadamente 22.400 hectares e constitui o último remanescente de Mata Atlântica em ampla região, abrange os municípios de Santa Maria Madalena, São Fidélis e Campos dos Goytacazes. 

O PED possui esplendidos picos rochosos e considerável número de espécies endêmicas e ameaçadas de extinção. É repleto de nascentes de importantes cursos d’água, como o Rio Grande, Ribeirão Macapá, Os rios Morumbeca, Mocotó e Aleluia, afluentes do Rio Imbé, que dá nome a diversas localidades da região. Além das diversas cachoeiras como Tombo D’água, Maracanã e a Cachoeira Bonita.

Pedra da Agulha

Seu nome é proveniente do ponto mais alto do Parque, a Pedra do Desengano, com 1.761 m de altura, cuja origem do nome da pedra é incerteza, porém, dentre as especulações, conta-se que o nome se deve a um episódio em que um contrabandista deixou grande tesouro enterrado na Serra do Imbé, ao qual nunca foi encontrado. Outra hipótese relaciona-se com as poucas chances de sucesso de uma fazenda situada junto à pedra, chamada Fazenda do Desengano.

Cachoeira Tombo d'água

A cobertura vegetal é formada por floresta ombrófila densa montana e submontana e campos de altitude acima de 1600m. No parque é possível encontrar animais como a Preguiça-de-coleira (Bradypus torquatus), paca (Agouti paca), onça-parda (Puma concolor), mão-pelada (Procyon cancrivorus) e o Muriqui (Brachyteles arachnoides), animal símbolo do parque, primata encontrado somente na Mata Atlântica, o Muriqui pode chegar a 1,80 de altura e está ameaçado de extinção, segundo a lista vermelha da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza).

Mão-pelada (Procyon cancrivorus) Foto: Samir Mansur

Paca (Agouti paca) Foto: Samir Mansur

Muriqui-do-Sul (Brachyteles arachnoides), Simbolo do Parque Estadual do Desengano.Foto: João Rafael Marins
A visitação ao parque é muito estimulada, pois contribui para a sua conservação. Quanto mais pessoas conhecerem os parques estaduais, respeitando as normas ambientais vigentes, mais defenderão sua biodiversidade. Além de que a visitação contribui na inibição e fiscalização dos reais destruidores do meio ambiente: caçadores, palmiteiros e desmatadores. A gestão do Parque também está empenhada em receber estudantes para estágio voluntário e pesquisa.

O órgão responsável pelo Parque é o INEA (Instituto Estadual do Ambiente), dentre os seus colaboradores que atuam no parque estão: guarda-parques, chefe, sub-chefe. As equipes são divididas em: Uso público, fiscalização, pesquisa e educação ambiental, de acordo com as habilidades dos colaboradores.

Os guarda-parques são profissionais capacitados para atuar diretamente nas unidades de conservação de proteção integral estaduais e suas respectivas zonas de amortecimento. Têm como atribuições, além de receber e orientar visitantes, prevenir e combater incêndios florestais; fiscalizar desmatamentos e outras infrações ambientais; realizar ações de busca e salvamento; apoiar atividades de educação e interpretação ambiental, de pesquisa científica e, ainda, desempenhar ações de caráter socioambiental junto às comunidades do entorno das UCs.
Com a contratação dos Guarda-parques, o Estado do Rio de Janeiro foi o primeiro do Brasil a contar com uma equipe especializada para atuar em unidades de conservação de proteção integral. 
Ricardo Ferreira Nines e Rhamon Canedo Santos (Guarda-parques), Jaqueline Orlando (Graduanda  C. Biológicas - Unesp/Assis),
João Rafael Marins  (Biólogo, sub-chefe do PED) - Cachoeira Roncador
Neste ano de 2015, o Parque recebe a colaboração de representes do Instituto Moleque Mateiro, que promove visitações escolares, oficinas, eventos, seminário de educação ambiental, encontros científicos, curso para conselheiros do Parque e curso para professores, num projeto chamado EdUC - Educação em Unidades de Conservação, financiado pelo edital da Funbio.

 O Parque Estadual do Desengano conta com uma página no Facebook para quem se interessar em acompanhar as ações, além de um guia de trilhas disponível para download gratuito (baixe aqui).

Responsável pelo texto: Jaqueline Orlando
Aluna de Graduação em Ciências Biológicas
Unesp/Assis