Para se tornar um biólogo é necessário fazer curso superior que normalmente dura 4 anos em período integral. Aprofundar o conhecimento também é necessário com a pesquisa em livros, artigos científicos, atualizar-se a respeito do que está sendo estudado, participar de eventos, pois é uma área científica e esta, está em constante atualização.
Todos
os anos, cerca de cinco mil novos profissionais se formam nos cursos de
licenciatura e bacharelado em Ciências Biológicas e, segundo o Conselho Federal
de Biologia (CFBio) há 80 mil biólogos registrados na entidade (dados de 2014).
O Conselho
Federal de Biologia - CFBio e os Conselhos Regionais de Biologia – CRBios detém
autonomia administrativa e financeira,são mantidos por contribuições de cada
profissional inscrito e tem o objetivo de defender e disciplinar o exercício
profissional.
Dentre
as conquistas mais recentes da categoria, está a INSTRUÇÃO
CFBio N° 09/2010 que recomenda um piso salarial para biólogos, no entanto, é
apenas uma sugestão, sem a força de um acordo coletivo ou convenção sindical.
De
acordo com o site de empregos Catho, um biólogo ganha atualmente entre R$
1.100,00 e R$ 4.163, com média salarial nacional de R$ 2.127,04.
Os
biólogos também podem atuar em (Cargo / média salarial segundo o site de
empregos Catho):
- Estágio em Biologia: R$ 760,10
- Educador Ambiental: R$ 1.569,30
- Professor de Biologia: R$ 1.671,12
- Microbiologista: R$ 1.978,84
- Biologista: R4 2.427,31
- Gestor Ambiental: R$ 2.996,82
- Analista Ambiental: R$ 3.097,28
- Analista de Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde: R$
3.069,46
- Consultor Ambiental: R$ 3.757,82
- Supervisor de Meio Ambiente: R$ 4.102,85
Mas
se os profissionais de biologia precisam de alta qualificação para exercer suas
atividades, porque o retorno financeiro é tão baixo?
Por
que a categoria não tem força sequer para impedir que outros profissionais
exerçam cargos de biólogo?
O Conselho deve tomar providências a respeito?
Para responder a estas perguntas cabe aqui,
diferenciar as competências de Conselhos, Associações e Sindicatos:
Os Conselhos têm como função orientar o
profissional sobre o exercício do seu ofício, zelar pela ética da profissão
(independente da área de atuação), regular os limites de atuação profissional,
registrar, cadastrar e manter atualizados os dados sobre profissionais,
fiscalizar a atuação profissional, divulgar e discutir temas como ética
profissional, áreas de atuação e o exercício legal da profissão.
As Associações
são definidas por qualquer iniciativa formal ou informal que reúna pessoas ou
sociedades jurídicas que tenham objetivos comuns, com intuito de superar
dificuldades e gerar benefícios para os seus associados. É uma forma jurídica
de legalizar a união de pessoas em torno de seus interesses e que sua
constituição permite a construção de condições maiores e melhores do que as que
os indivíduos teriam isoladamente para a realização dos seus objetivos. Criar
uma associação é poder agir legalmente em nome dela, movimentando recursos e
firmando convênios com órgãos públicos e outras instituições de financiamento.
Os
Sindicatos reúnem pessoas de um mesmo segmento econômico ou trabalhista e têm
como objetivo principal a defesa dos interesses econômicos, profissionais,
sociais e políticos dos seus associados. São também dedicados aos estudos da
área onde atuam e realizam atividades (palestras, reuniões, cursos) voltadas
para o aperfeiçoamento profissional dos associados. Eles têm como atribuição
específica verificar jornada ideal de trabalho do profissional, piso salarial,
acordos anuais, fazendo prevalecer todos os direitos trabalhistas garantidos
pela CLT (Consolidação
das Leis do Trabalho). Os sindicatos são mantidos, principalmente, pelas
contribuições sindicais pagas pelos trabalhadores associados.
Os Conselhos existem para regulamentar,
fiscalizar e punir falsos profissionais. São os sindicatos que detém o poder de
fiscalizar os salários, porém quase não existem sindicatos de biólogos pelo
Brasil, mas ainda assim, também são responsáveis por defender o exercício
profissional do biólogo.
Diante
disso, é necessário refletir, sobre a cultura que permeia os profissionais de
biologia. Não ter força como categoria, não promover articulação entre os
profissionais da área e aceitar salários irrisórios mantém o mercado na zona de
conforto.
Outro ponto são os estágios voluntários,
biólogos recém-formados que não encontram um emprego, costumam atribuir a
responsabilidade à sua falta de experiência e então, se candidatam a trabalhos
voluntários, contentando-se com alimentação, trabalhar na área e conhecer lugares
novos. Essa atitude tem reflexos negativos quando, com experiência, os
profissionais buscam empregos assalariados e se deparam com a dificuldade de se
ter diversos trabalhos voluntários, à medida que exigem um salário justo.
Afinal, qual o problema em se ganhar pouco, depois de trabalhar por tanto tempo
sem remuneração alguma?
Contudo, o CFBio, visando estimular a
sociedade em geral a consultar o biólogo sempre que for contratar um
profissional nas áreas de Meio Ambiente e Biodiversidade, Saúde ou
Biotecnologia e Produção lançou a campanha “Consulte sempre um Biólogo”. Os
adesivos com o slogan
já foram distribuídos para os Conselhos Regionais de Biologia, que os enviaram
aos profissionais.
Para baixar a arte do adesivo cliqueaqui.