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quinta-feira, 7 de maio de 2015

Profissão Biólogo – Parte II


Para se tornar um biólogo é necessário fazer curso superior que normalmente dura 4 anos em período integral. Aprofundar o conhecimento também é necessário com a pesquisa em livros, artigos científicos, atualizar-se a respeito do que está sendo estudado, participar de eventos, pois é uma área científica e esta, está em constante atualização.

Todos os anos, cerca de cinco mil novos profissionais se formam nos cursos de licenciatura e bacharelado em Ciências Biológicas e, segundo o Conselho Federal de Biologia (CFBio) há 80 mil biólogos registrados na entidade (dados de 2014).
O Conselho Federal de Biologia - CFBio e os Conselhos Regionais de Biologia – CRBios detém autonomia administrativa e financeira,são mantidos por contribuições de cada profissional inscrito e tem o objetivo de defender e disciplinar o exercício profissional.

Dentre as conquistas mais recentes da categoria, está a INSTRUÇÃO CFBio N° 09/2010 que recomenda um piso salarial para biólogos, no entanto, é apenas uma sugestão, sem a força de um acordo coletivo ou convenção sindical.
De acordo com o site de empregos Catho, um biólogo ganha atualmente entre R$ 1.100,00 e R$ 4.163, com média salarial nacional de R$ 2.127,04.
Os biólogos também podem atuar em (Cargo / média salarial segundo o site de empregos Catho):
  • Estágio em Biologia: R$ 760,10
  • Educador Ambiental: R$ 1.569,30
  • Professor de Biologia: R$ 1.671,12
  • Microbiologista: R$ 1.978,84
  • Biologista: R4 2.427,31
  • Gestor Ambiental: R$ 2.996,82
  • Analista Ambiental: R$ 3.097,28
  • Analista de Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde: R$ 3.069,46
  • Consultor Ambiental: R$ 3.757,82
  • Supervisor de Meio Ambiente: R$ 4.102,85
Mas se os profissionais de biologia precisam de alta qualificação para exercer suas atividades, porque o retorno financeiro é tão baixo?

Por que a categoria não tem força sequer para impedir que outros profissionais exerçam cargos de biólogo?

O Conselho deve tomar providências a respeito?

Para responder a estas perguntas cabe aqui, diferenciar as competências de Conselhos, Associações e Sindicatos:

Os Conselhos têm como função orientar o profissional sobre o exercício do seu ofício, zelar pela ética da profissão (independente da área de atuação), regular os limites de atuação profissional, registrar, cadastrar e manter atualizados os dados sobre profissionais, fiscalizar a atuação profissional, divulgar e discutir temas como ética profissional, áreas de atuação e o exercício legal da profissão.

As Associações são definidas por qualquer iniciativa formal ou informal que reúna pessoas ou sociedades jurídicas que tenham objetivos comuns, com intuito de superar dificuldades e gerar benefícios para os seus associados. É uma forma jurídica de legalizar a união de pessoas em torno de seus interesses e que sua constituição permite a construção de condições maiores e melhores do que as que os indivíduos teriam isoladamente para a realização dos seus objetivos. Criar uma associação é poder agir legalmente em nome dela, movimentando recursos e firmando convênios com órgãos públicos e outras instituições de financiamento.

Os Sindicatos reúnem pessoas de um mesmo segmento econômico ou trabalhista e têm como objetivo principal a defesa dos interesses econômicos, profissionais, sociais e políticos dos seus associados. São também dedicados aos estudos da área onde atuam e realizam atividades (palestras, reuniões, cursos) voltadas para o aperfeiçoamento profissional dos associados. Eles têm como atribuição específica verificar jornada ideal de trabalho do profissional, piso salarial, acordos anuais, fazendo prevalecer todos os direitos trabalhistas garantidos pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Os sindicatos são mantidos, principalmente, pelas contribuições sindicais pagas pelos trabalhadores associados.

Os Conselhos existem para regulamentar, fiscalizar e punir falsos profissionais. São os sindicatos que detém o poder de fiscalizar os salários, porém quase não existem sindicatos de biólogos pelo Brasil, mas ainda assim, também são responsáveis por defender o exercício profissional do biólogo. 
Diante disso, é necessário refletir, sobre a cultura que permeia os profissionais de biologia. Não ter força como categoria, não promover articulação entre os profissionais da área e aceitar salários irrisórios mantém o mercado na zona de conforto.

Outro ponto são os estágios voluntários, biólogos recém-formados que não encontram um emprego, costumam atribuir a responsabilidade à sua falta de experiência e então, se candidatam a trabalhos voluntários, contentando-se com alimentação, trabalhar na área e conhecer lugares novos. Essa atitude tem reflexos negativos quando, com experiência, os profissionais buscam empregos assalariados e se deparam com a dificuldade de se ter diversos trabalhos voluntários, à medida que exigem um salário justo. Afinal, qual o problema em se ganhar pouco, depois de trabalhar por tanto tempo sem remuneração alguma?

Contudo, o CFBio, visando estimular a sociedade em geral a consultar o biólogo sempre que for contratar um profissional nas áreas de Meio Ambiente e Biodiversidade, Saúde ou Biotecnologia e Produção lançou a campanha “Consulte sempre um Biólogo”. Os adesivos com o slogan já foram distribuídos para os Conselhos Regionais de Biologia, que os enviaram aos profissionais. 
Para baixar a arte do adesivo cliqueaqui.