Dando continuidade sobre a
série “Intercâmbio”, que iniciou com “Arrumando as malas” (partes I, II e III),
seguida de “Como anda o intercâmbio dos alunos de graduação do Departamento de
Ciências Biológicas?” (partes I e II), além de uma série descrevendo como é
viver nos países apresentada pelo Blog, publicaremos a terceira e última
fase nesta semana.
Neste último mês, alunos do
Departamento de Ciências Biológicas que fizeram intercâmbio participaram de um
questionário proposto pela equipe do blog, no qual contam sobre sua viagem e o
que farão ou já fizeram com toda sua experiência adquirida para finalizar a
série. Confira a seguir!
·
Intercâmbio
na área profissional
O fator que mais chamou a
atenção dos intercambistas ao compararem o profissionalismo entre o exterior e
o Brasil foi quanto à forte visão de mercado que as universidades oferecem aos
alunos, seja através de processos de estágios, de pesquisa científica e,
principalmente, pela realização de feiras de empregos elaboradas pela própria
universidade.
De acordo com relatos, o
intercâmbio proporcionou, no âmbito profissional, diversas ofertas de estágio
no exterior, de pós-graduação, mestrado e até mesmo de doutorado, inclusive
fora da área de interesse do aluno. Quanto ao estágio, um dos entrevistados destaca
que teve a oportunidade de desenvolver técnicas na indústria de alimentos, o
que lhe rendeu uma apresentação do trabalho em uma conferência de Engenheiros
Químicos. Os alunos também puderam aperfeiçoar sua linha de pesquisa
desenvolvida no Brasil. Especificamente, os professores de uma universidade do
Canadá se interessaram pelos conhecimentos já obtidos pelo aluno no Brasil, consequentemente
surgiu oportunidade de estágio e propostas para uma pós-graduação ou mestrado.
De uma maneira geral, o
aspecto profissional oferecido pelo intercâmbio foi muito importante para os
alunos decidirem se gostariam de trabalhar em laboratórios ou na área de
negócios. Além disso, alguns alunos comentam que ter um intercâmbio no currículo
ajudou a serem selecionados em programas de estágio e de cursos de verão
específicos. Entretanto, não possuir tal experiência também não implica em
eliminação, desde que a pessoa apresente outras boas qualificações e conhecimentos.
·
Intercâmbio
quanto à postura pessoal
Todos os entrevistados
envolveram a questão do amadurecimento com relação a postura pessoal, como
aprimorar o senso de responsabilidade, sendo assim capazes de resolver diversos
problemas sozinhos. Além disso, desenvolveram a habilidade de lidar com pessoas
de diferentes culturas, o que muitas vezes está relacionado com opiniões e
atitudes conflitantes.
Um dos entrevistados ressalta
que após o intercâmbio a escolha que fez de estudar Engenharia Biotecnológica
na UNESP de Assis foi fortalecida, pois realizou cursos de engenharia
relacionados à biotecnologia no exterior e percebeu como estes são extremamente
valorizados, afirmando acreditar muito no futuro do curso daqui.
·
Intercâmbio
quanto ao desenvolvimento do curso
A maior parte dos
entrevistados aponta que a grande diferença entre a metodologia do Brasil e a
do exterior está na carga horária das aulas, que muitas vezes são pequenas.
Essa característica deve-se, na verdade, ao fato dos alunos terem muita
atividade para a casa, de modo que seu aprendizado seja desenvolvido por conta
própria. Além disso, em algumas universidades, como nas dos Estados Unidos, os
alunos estudam previamente os capítulos que serão abordados em aula. Há
aplicação de “Quizes” ou testes rápidos semanais ou quinzenais que revisam a
matéria dada e contribuem com a nota final, junto com trabalhos, textos,
relatórios, provas intermediárias e provas finais, avaliando todo o conteúdo,
uma vez que o aluno adquire o hábito de estudar. Quanto aos professores do
exterior, assim como no Brasil, existem os que são bem e mal avaliados, além do
estilo de aula ser bem semelhante, com a diferença de a carga horária ser
reduzida, conforme já comentado.
Foi relatado que no exterior
há uma maior flexibilidade em relação à grade curricular, permitindo o início
de estágios fora da universidade já no segundo ano de curso e também muitos
alunos buscaram completar a grade da universidade brasileira com o intercâmbio,
sendo ressaltado que a base dada pelos cursos de Ciências Biológicas e
Engenharia Biotecnológica foi muito boa e satisfatória para que pudessem
acompanhar todas as disciplinas.
Apesar dos alunos comentarem
da grande disponibilidade de equipamentos novos e recursos para as aulas práticas
quando comparados ao Brasil, foi explanado que na França a carreira de
pesquisador é relativamente mais difícil do que no Brasil, pois temos mais
estímulos governamentais e uma carreira melhor remunerada, além de termos
importantes centros de pesquisa altamente reconhecidos no exterior, no entanto,
o nível de conhecimento exigido para alguém terminar a graduação é muito maior
do que no Brasil.
Confira amanhã a segunda
parte “Fiz intercâmbio, e agora?”, contendo as diferenças e semelhanças entre o
Brasil e o exterior.