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quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Fiz intercâmbio, e agora? – Parte I

Dando continuidade sobre a série “Intercâmbio”, que iniciou com “Arrumando as malas” (partes I, II e III), seguida de “Como anda o intercâmbio dos alunos de graduação do Departamento de Ciências Biológicas?” (partes I e II), além de uma série descrevendo como é viver nos países apresentada pelo Blog, publicaremos a terceira e última fase nesta semana.
Neste último mês, alunos do Departamento de Ciências Biológicas que fizeram intercâmbio participaram de um questionário proposto pela equipe do blog, no qual contam sobre sua viagem e o que farão ou já fizeram com toda sua experiência adquirida para finalizar a série. Confira a seguir!
·         Intercâmbio na área profissional
O fator que mais chamou a atenção dos intercambistas ao compararem o profissionalismo entre o exterior e o Brasil foi quanto à forte visão de mercado que as universidades oferecem aos alunos, seja através de processos de estágios, de pesquisa científica e, principalmente, pela realização de feiras de empregos elaboradas pela própria universidade.
De acordo com relatos, o intercâmbio proporcionou, no âmbito profissional, diversas ofertas de estágio no exterior, de pós-graduação, mestrado e até mesmo de doutorado, inclusive fora da área de interesse do aluno. Quanto ao estágio, um dos entrevistados destaca que teve a oportunidade de desenvolver técnicas na indústria de alimentos, o que lhe rendeu uma apresentação do trabalho em uma conferência de Engenheiros Químicos. Os alunos também puderam aperfeiçoar sua linha de pesquisa desenvolvida no Brasil. Especificamente, os professores de uma universidade do Canadá se interessaram pelos conhecimentos já obtidos pelo aluno no Brasil, consequentemente surgiu oportunidade de estágio e propostas para uma pós-graduação ou mestrado.
De uma maneira geral, o aspecto profissional oferecido pelo intercâmbio foi muito importante para os alunos decidirem se gostariam de trabalhar em laboratórios ou na área de negócios. Além disso, alguns alunos comentam que ter um intercâmbio no currículo ajudou a serem selecionados em programas de estágio e de cursos de verão específicos. Entretanto, não possuir tal experiência também não implica em eliminação, desde que a pessoa apresente outras boas qualificações e conhecimentos.

·         Intercâmbio quanto à postura pessoal
Todos os entrevistados envolveram a questão do amadurecimento com relação a postura pessoal, como aprimorar o senso de responsabilidade, sendo assim capazes de resolver diversos problemas sozinhos. Além disso, desenvolveram a habilidade de lidar com pessoas de diferentes culturas, o que muitas vezes está relacionado com opiniões e atitudes conflitantes.
Um dos entrevistados ressalta que após o intercâmbio a escolha que fez de estudar Engenharia Biotecnológica na UNESP de Assis foi fortalecida, pois realizou cursos de engenharia relacionados à biotecnologia no exterior e percebeu como estes são extremamente valorizados, afirmando acreditar muito no futuro do curso daqui.

·         Intercâmbio quanto ao desenvolvimento do curso
A maior parte dos entrevistados aponta que a grande diferença entre a metodologia do Brasil e a do exterior está na carga horária das aulas, que muitas vezes são pequenas. Essa característica deve-se, na verdade, ao fato dos alunos terem muita atividade para a casa, de modo que seu aprendizado seja desenvolvido por conta própria. Além disso, em algumas universidades, como nas dos Estados Unidos, os alunos estudam previamente os capítulos que serão abordados em aula. Há aplicação de “Quizes” ou testes rápidos semanais ou quinzenais que revisam a matéria dada e contribuem com a nota final, junto com trabalhos, textos, relatórios, provas intermediárias e provas finais, avaliando todo o conteúdo, uma vez que o aluno adquire o hábito de estudar. Quanto aos professores do exterior, assim como no Brasil, existem os que são bem e mal avaliados, além do estilo de aula ser bem semelhante, com a diferença de a carga horária ser reduzida, conforme já comentado.
Foi relatado que no exterior há uma maior flexibilidade em relação à grade curricular, permitindo o início de estágios fora da universidade já no segundo ano de curso e também muitos alunos buscaram completar a grade da universidade brasileira com o intercâmbio, sendo ressaltado que a base dada pelos cursos de Ciências Biológicas e Engenharia Biotecnológica foi muito boa e satisfatória para que pudessem acompanhar todas as disciplinas.
Apesar dos alunos comentarem da grande disponibilidade de equipamentos novos e recursos para as aulas práticas quando comparados ao Brasil, foi explanado que na França a carreira de pesquisador é relativamente mais difícil do que no Brasil, pois temos mais estímulos governamentais e uma carreira melhor remunerada, além de termos importantes centros de pesquisa altamente reconhecidos no exterior, no entanto, o nível de conhecimento exigido para alguém terminar a graduação é muito maior do que no Brasil.


Confira amanhã a segunda parte “Fiz intercâmbio, e agora?”, contendo as diferenças e semelhanças entre o Brasil e o exterior.