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quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Nascem os primeiros camundongos provenientes de transferência embrionária no Câmpus de Assis



Dr. Marcelo F.G. Nogueira à esquerda; discente  Bruna Martins à direita
No dia 15 deste mês nasceram, pela primeira vez neste Câmpus, camundongos oriundos de transferência embrionária. Esta técnica além de possibilitar análises pós-natais de embriões manipulados por diversas maneiras, ainda está relacionada com a produção de camundongos transgênicos, knockouts e quiméricos. A técnica se baseia na transferência de um conjunto de embriões “doados” por uma ou mais fêmeas (copuladas com um macho fértil) para uma fêmea receptora copulada com um macho esterilizado por vasectomia (o que garante a indução da ovulação da receptora, mas não a sua concepção).

A cópula com o macho vasectomizado é necessária para que a fêmea se torne receptiva para gestação (estado dito “pseudogestante”), ou seja, para que aconteçam as mudanças fisiológicas necessárias para que o embrião encontre um ambiente uterino propício para o seu desenvolvimento.

Para testar a viabilidade da técnica no Laboratório de Micromanipulação Embrionária (LaMEm) da FCL- Assis, no dia 29 de Setembro foram transferidos 9 embriões da linhagem C57BL/6 transgênicos (expressão constitutiva e homogênea do transgene da proteína fluorescente verde acentuada-EGFP; linhagem esta proveniente da Universidade de Osaka, Japão, e já ambientados no biotério central desta faculdade) para uma fêmea receptora da linhagem Swiss Webster (colônia própria do Câmpus de Assis), após esta ter copulado com um macho vasectomizado da mesma linhagem. 
Receptora albina Swiss Webster (mãe biológica) com seus quatro filhotes C57BL/6EGFP escuros (oriundos da mãe genética).
Pode-se notar que o pelo ainda está em crescimento no dorso da receptora, local onde a incisão cirúrgica foi realizada.

           A transferência foi realizada cirurgicamente no LaMEm, cujo responsável é o Dr. Marcelo F. G. Nogueira, docente do Departamento de Ciências Biológicas da FCL. O domínio da técnica foi obtido pela acadêmica Bruna Martins Garcia (4º ano do curso de Engenharia Biotecnológica) como parte de seu treinamento piloto para o projeto de pesquisa de iniciação científica (bolsa IC FAPESP) e após tentativas de vários alunos nos últimos 6 anos. Após a cirurgia, o ambiente da fêmea receptora foi enriquecido com tubos de PVC, sementes de girassol e folhas de papel, a fim de minimizar o estresse pós-cirúrgico. Passados 17 dias da data da cirurgia, nasceram 4 filhotes, que vêm se desenvolvendo normalmente no biotério do Câmpus. 

Responsável pelo texto: Bruna Martins e Marcelo F.G. Nogueira