No dia 15 deste mês nasceram, pela primeira
vez neste Câmpus, camundongos oriundos de transferência embrionária. Esta
técnica além de possibilitar análises pós-natais de embriões manipulados por
diversas maneiras, ainda está relacionada com a produção de camundongos transgênicos, knockouts e quiméricos. A técnica se baseia na transferência
de um conjunto de embriões “doados” por uma ou mais fêmeas (copuladas com um
macho fértil) para uma fêmea receptora copulada com um macho esterilizado por vasectomia
(o que garante a indução da ovulação da receptora, mas não a sua concepção).
A cópula com o macho vasectomizado é
necessária para que a fêmea se torne receptiva para gestação (estado dito
“pseudogestante”), ou seja, para que aconteçam as mudanças fisiológicas
necessárias para que o embrião encontre um ambiente uterino propício para o seu
desenvolvimento.
Para testar a viabilidade da técnica no
Laboratório de Micromanipulação Embrionária (LaMEm) da FCL- Assis, no dia 29 de
Setembro foram transferidos 9 embriões da linhagem C57BL/6 transgênicos
(expressão constitutiva e homogênea do transgene da proteína fluorescente verde
acentuada-EGFP; linhagem esta proveniente da Universidade de Osaka, Japão, e já
ambientados no biotério central desta faculdade) para uma fêmea receptora da
linhagem Swiss Webster (colônia própria do Câmpus de Assis), após esta ter copulado
com um macho vasectomizado da mesma linhagem.
A
transferência foi realizada cirurgicamente no LaMEm, cujo responsável é o Dr.
Marcelo F. G. Nogueira, docente do Departamento de Ciências Biológicas da FCL. O
domínio da técnica foi obtido pela acadêmica Bruna Martins Garcia (4º ano do
curso de Engenharia Biotecnológica) como parte de seu treinamento piloto para o
projeto de pesquisa de iniciação científica (bolsa IC FAPESP) e após tentativas
de vários alunos nos últimos 6 anos. Após
a cirurgia, o ambiente da fêmea receptora foi enriquecido com tubos de PVC,
sementes de girassol e folhas de papel, a fim de minimizar o estresse pós-cirúrgico.
Passados 17 dias da data da cirurgia, nasceram 4 filhotes, que vêm se
desenvolvendo normalmente no biotério do Câmpus.
Responsável pelo texto: Bruna Martins e Marcelo F.G. Nogueira