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terça-feira, 6 de maio de 2014

Arrumando as malas (Parte II): Alunos do Departamento de Ciências Biológicas comentam sobre as dificuldades enfrentadas nos preparativos do intercâmbio

Na sexta-feira passada (02), a equipe do blog divulgou a primeira parte do “Arrumando as malas” (Leia aqui). Confira, a seguir, a segunda parte, a qual se refere às dificuldades até então enfrentadas quanto aos preparativos do intercâmbio descritas pelos futuros intercambistas de 2014.
Quando questionados sobre as dificuldades que enfrentaram até no momento em que foram entrevistados, os alunos relatam problemas acadêmicos, familiares e, principalmente, econômicos e burocráticos.

Dificuldades econômicas
Os editais dos programas de intercâmbio custeiam tudo o que é necessário quanto às passagens e estadia no exterior, como comenta um dos alunos: “O programa oferece um bom suporte financeiro para que você possa viver bem em outro país, com acomodação, auxílio para as passagens, seguro saúde, entre outros”*. Porém, existem relatos de alunos temerem que o subsídio financeiro não seja suficiente, mesmo outros intercambistas comentando que seja.
Por outro lado, sabe-se que o apoio financeiro não contempla gastos referentes às provas de proficiência em inglês, vistos e tradução juramentada do histórico escolar. A tradução juramentada é necessária aos alunos que farão curso de idioma no exterior, antes que o semestre acadêmico comece. Dessa forma, os alunos entrevistados sugerem que o Curso de Letras da FCLA pudesse fornecer tais documentos.
De uma maneira geral, os programas de intercâmbio não preveem gastos para obtenção de documentos nacionais, como as viagens para a Polícia Federal, a Guia de Recolhimento da União (GRU) e exame médico, que também são exigidos durante o processo, além dos itens já citados. Uma vantagem relatada quanto ao visto, é que fica pronto mais rápido do que se espera quando se é bolsista do programa Ciência Sem Fronteiras (CsF).

Dificuldades burocráticas e acadêmicas
A maioria dos relatos aponta que tanto a faculdade quanto o departamento foram solícitos em ajudar em tudo que era necessário com relação à documentação. Entretanto, problemas burocráticos ocorreram, como a falta de informações durante o processo de inscrição e também quanto às informações do processo seletivo serem, às vezes, confusas. “Eu não sabia direito aonde anexar determinado documento, e se ele seria necessário, podendo, dessa forma, gerar falhas no processo de inscrição”, observa um dos entrevistados. Outros estudantes disseram que tiveram não apenas dificuldade de entender quais documentos seriam requisitados, como também de consegui-los.
Em relação aos problemas acadêmicos, alguns dos alunos tiveram dificuldade em escolher as matérias que cursariam no exterior, principalmente no que se diz respeito à equivalência das disciplinas com as da instituição de origem.
“O programa CsF em si é bastante burocrático (...) e demora aproximadamente cinco meses para se ter o resultado final”, informa uma das alunas. “Além disso, o programa não é tão acessível quanto divulgado, pois muitos dos requisitos para participação, como prova de proficiência no idioma e visto, não são pagos pelo governo, tornando o mesmo pouco acessível para pessoas de baixa renda”, acrescenta a aluna sobre as questões econômicas frente à burocracia. Outro problema citado envolveu escassez de opções de proficiência no idioma necessário que não fosse o inglês, além do candidato ter que se locomover a uma cidade distante para realizar a prova.

Dificuldades familiares
A maior parte dos alunos recebeu apoio dos familiares, dizendo que os pais ficaram muito orgulhosos com a conquista de seus filhos. “É, na verdade, um misto de orgulho e tristeza; (...) minha mãe me parabenizou quando o resultado saiu, mas disse que ela estava sentindo muito mais tristeza do que alegria. Entretanto, será um sacrifício que vale a pena ser enfrentado”, diz um dos alunos.
É muito difícil para os estudantes deixarem seus familiares no Brasil durante o período que estarão fora, como explica uma das entrevistadas: “Não tenho dúvidas de que haverão momentos que vou querer estar em casa, mas encaro isso, e meus pais também, como um aprendizado pessoal, de saber lidar com a distância, o tempo e a saudade”; também é complicado aos estudantes se decidirem, junto de seus familiares, o que fazer com a casa e móveis que adquiriram ao mudar-se para Assis no início da graduação.

Semana que vem, a equipe do blog do Departamento de Ciências Biológicas divulgará a terceira parte de “Arrumando as malas”, na qual trará dicas, descritas pelos mesmos alunos, de como minimizar as dificuldades enfrentadas quanto ao intercâmbio. Não deixe de conferir!
*As postagens referentes ao “Arrumando as malas” terão sigilo quanto aos nomes dos participantes.