Na sexta-feira passada (02), a equipe do blog
divulgou a primeira parte do “Arrumando as malas” (Leia aqui). Confira,
a seguir, a segunda parte, a qual se refere às dificuldades até então enfrentadas
quanto aos preparativos do intercâmbio descritas pelos futuros intercambistas
de 2014.
Quando questionados sobre as dificuldades que
enfrentaram até no momento em que foram entrevistados, os alunos relatam problemas
acadêmicos, familiares e, principalmente, econômicos e burocráticos.
Dificuldades
econômicas
Os editais dos programas de intercâmbio
custeiam tudo o que é necessário quanto às passagens e estadia no exterior, como
comenta um dos alunos: “O programa
oferece um bom suporte financeiro para que você possa viver bem em outro país,
com acomodação, auxílio para as passagens, seguro saúde, entre outros”*.
Porém, existem relatos de alunos temerem que o subsídio financeiro não seja
suficiente, mesmo outros intercambistas comentando que seja.
Por outro lado, sabe-se que o apoio
financeiro não contempla gastos referentes às provas de proficiência em inglês,
vistos e tradução juramentada do histórico escolar. A tradução juramentada é
necessária aos alunos que farão curso de idioma no exterior, antes que o
semestre acadêmico comece. Dessa forma, os alunos entrevistados sugerem que o
Curso de Letras da FCLA pudesse fornecer tais documentos.
De uma maneira geral, os programas de
intercâmbio não preveem gastos para obtenção de documentos nacionais, como as
viagens para a Polícia Federal, a Guia de Recolhimento da União (GRU) e exame
médico, que também são exigidos durante o processo, além dos itens já citados. Uma
vantagem relatada quanto ao visto, é que fica pronto mais rápido do que se
espera quando se é bolsista do programa Ciência Sem Fronteiras (CsF).
Dificuldades
burocráticas e acadêmicas
A maioria dos relatos aponta que tanto a
faculdade quanto o departamento foram solícitos em ajudar em tudo que era
necessário com relação à documentação. Entretanto, problemas burocráticos ocorreram,
como a falta de informações durante o processo de inscrição e também quanto às informações
do processo seletivo serem, às vezes, confusas. “Eu não sabia direito aonde anexar determinado documento, e se ele
seria necessário, podendo, dessa forma, gerar falhas no processo de inscrição”,
observa um dos entrevistados. Outros estudantes disseram que tiveram não apenas
dificuldade de entender quais documentos seriam requisitados, como também de
consegui-los.
Em relação aos problemas acadêmicos, alguns
dos alunos tiveram dificuldade em escolher as matérias que cursariam no
exterior, principalmente no que se diz respeito à equivalência das disciplinas
com as da instituição de origem.
“O
programa CsF em si é bastante burocrático (...) e demora aproximadamente cinco
meses para se ter o resultado final”, informa uma das alunas. “Além disso, o programa não é tão acessível
quanto divulgado, pois muitos dos requisitos para participação, como prova de
proficiência no idioma e visto, não são pagos pelo governo, tornando o mesmo
pouco acessível para pessoas de baixa renda”, acrescenta a aluna sobre as
questões econômicas frente à burocracia. Outro problema citado envolveu escassez
de opções de proficiência no idioma necessário que não fosse o inglês, além do
candidato ter que se locomover a uma cidade distante para realizar a prova.
Dificuldades
familiares
A maior parte dos alunos recebeu apoio dos
familiares, dizendo que os pais ficaram muito orgulhosos com a conquista de
seus filhos. “É, na verdade, um misto de
orgulho e tristeza; (...) minha mãe me parabenizou quando o resultado saiu, mas
disse que ela estava sentindo muito mais tristeza do que alegria. Entretanto,
será um sacrifício que vale a pena ser enfrentado”, diz um dos alunos.
É muito difícil para os estudantes deixarem
seus familiares no Brasil durante o período que estarão fora, como explica uma
das entrevistadas: “Não tenho dúvidas de
que haverão momentos que vou querer estar em casa, mas encaro isso, e meus pais
também, como um aprendizado pessoal, de saber lidar com a distância, o tempo e
a saudade”; também é complicado aos estudantes se decidirem, junto de seus
familiares, o que fazer com a casa e móveis que adquiriram ao mudar-se para
Assis no início da graduação.
Semana que vem, a equipe do blog
do Departamento de Ciências Biológicas divulgará a terceira parte de “Arrumando
as malas”, na qual trará dicas, descritas pelos mesmos alunos, de como
minimizar as dificuldades enfrentadas quanto ao intercâmbio. Não deixe de conferir!
*As
postagens referentes ao “Arrumando as malas” terão sigilo quanto aos nomes dos
participantes.