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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

A faixa de utilização do DNA Barcoding, onde ela surgiu na evolução?

Imagem cedida por Dr. Sérgio N. Stampar (Unesp - Assis)
   A utilização da ferramenta chamada DNA Barcoding é, sem dúvida alguma, o maior avanço das últimas décadas na ciência básica em todo o mundo. Isso é evidente devido a importância da correta identificação dos materiais que são abordados em praticamente todos os ramos atuais de pesquisas (ex. farmacologia, biotecnologia, evolução, ecologia e etc). Essa técnica nomeada de DNA Barcoding consiste na utilização de um pequeno setor do DNA mitocondrial (principalmente dentre os animais), o qual permitiria o correto discernimento entre espécies próximas. Essa ferramenta é baseada na premissa de que todos os organismos vivos evoluem em taxas (velocidade) constantes. Contudo, alguns grupos animais não se enquadram nessa premissa e estes são um dos principais problemas para a consolidação dessa ferramenta. Para explorar melhor esses grupos problemáticos o primeiro e necessário passo era definir o ponto filogenético exato em que esse “padrão de utilização do DNA Barcoding surgiu. Discorrendo sobre o assunto, um grupo de pesquisadores liderados pelo docente Sérgio N. Stampar (Departamento de Ciências Biológicas da FCL/UNESP/Assis) publicou um artigo na revista norte americana PLoS One. Neste artigo é abordado um grupo de organismos marinhos (anêmonas de tubo) onde esse padrão ainda não havia sido observado. Uma série de análises permitiu que os autores inferissem o surgimento deste padrão “rápida evolução mitocondrial” dentre estes organismos, mostrando assim a inestimável importância do grupo para os estudos de genética evolutiva.


Rápida evolução do DNA mitocondrial em Ceriantharia: Um reflexo da parafilia de Hexacorallia?
Autores: Sérgio N. Stampar, Maximiliano M. Maronna, Marcelo V. Kitahara, James D. Reimer, André C. Morandini
A lenta taxa evolutiva de genes mitocondriais em Anthozoa tem desafiado a sua utilidade para fins filogenéticos e sistemáticos, especialmente para a utilização do DNA barcoding (ferramenta muito importante atualmente para a identificação de espécies). No entanto, a taxa evolutiva de Ceriantharia (anêmonas de tubo), uma das "ordens" mais enigmáticas dentro Anthozoa, nunca foi especificamente examinado. Neste estudo, a divergência do DNA mitocondrial de Ceriantharia foi comparada com a de outros membros dos grupos de Anthozoa (corais, anêmonas verdadeiras) e Medusozoa (águas vivas). Além disso, os marcadores de DNA nuclear foram também utilizados para verificar a posição filogenética de Ceriantharia em relação aos outros membros de Cnidaria. Os resultados demonstraram um padrão de divergência de DNA mitocondrial completamente diferente daqueles estimados para outros grupos de Anthozoa e as análises filogenéticas indicam que Ceriantharia não está incluído dentre os hexacorais na maioria das análises. Assim, propomos que Ceriantharia seja tratado como um clado separado.

Artigo completo aqui.

Dr. Sérgio N. Stampar
Responsável pelo texto: Dr. Sérgio Nascimento Stampar
(Professor Assistente Doutor do Departamento de Ciências Biológicas da FCL, Assis – UNESP)